Hábito intestinal diz muito sobre a nossa saúde

Pesquisadores do Institute for Systems Biology (ISB) descobriram que a frequência do hábito intestinal está ligada à saúde a longo prazo. O estudo examinou dados clínicos, estilo de vida e marcadores biológicos de mais de 1.400 adultos saudáveis. Os participantes foram categorizados em quatro grupos com base na frequência dos movimentos intestinais: constipação (1-2 vezes por semana), baixa-normal (3-6 vezes por semana), alta-normal (1-3 vezes por dia) e diarreia. A pesquisa revelou que pessoas mais jovens, mulheres e aquelas com IMC mais baixo tendem a evacuar com menos frequência.

O estudo também mostrou que a composição do microbioma intestinal é um indicador da frequência dos movimentos intestinais, com bactérias fermentadoras de fibras associadas a uma frequência de 1-2 vezes por dia, enquanto bactérias associadas à fermentação de proteínas eram mais comuns em casos de constipação ou diarreia. Além disso, foram encontradas associações entre a frequência dos movimentos intestinais e metabólitos no sangue, sugerindo possíveis links com o risco de doenças crônicas. Por exemplo, níveis elevados de indoxil-sulfato, um produto da fermentação proteica microbiana, estavam associados à função renal reduzida em indivíduos constipados.

O estudo também encontrou uma conexão entre a frequência dos movimentos intestinais e a saúde mental, indicando que o histórico de ansiedade e depressão pode estar relacionado com a frequência de evacuação. Esses resultados destacam a importância de uma frequência adequada de movimentos intestinais para a saúde geral e a prevenção de doenças crônicas.

Link para o estudo: https://doi.org/10.1016/j.xcrm.2024.101646

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Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.