Nada como uma boa noite de sono para restaurar as nossas energias! Estudos recentes revelam que o sono também é primordial em uma função vital: a memória. Quando aprendemos ou vivenciamos algo novo, neurônios no hipocampo, uma região crucial do cérebro para a memória, são ativados. Durante o sono, esses mesmos neurônios repetem os padrões de atividade da aprendizagem para consolidar as memórias e armazená-las no córtex cerebral.
Mas como conseguimos aprender novas coisas ao longo da vida sem esgotar todos os nossos neurônios? Um estudo, publicado na revista Science, descobriu que, durante o sono profundo, certas partes do hipocampo se silenciam, permitindo que esses neurônios se reiniciem (um verdadeiro “reset”!). Isso possibilita que o cérebro reutilize os mesmos neurônios para novas aprendizagens no dia seguinte. Essa descoberta pode ser crucial para melhorar a memória, ajustando os mecanismos de consolidação de memórias, o que pode abrir novas terapias para a doença de Alzheimer e outras demências. Além disso, essa pesquisa abre caminhos para explorar formas de apagar memórias negativas ou traumáticas, oferecendo novas abordagens para tratar transtornos como o estresse pós-traumático. Esse estudo ajuda a explicar por que todos os animais precisam de sono, não apenas para consolidar memórias, mas também para “resetar” o cérebro e mantê-lo funcionando de maneira eficiente durante as horas de vigília.
Em um outro estudo, pesquisadores revelaram que, no hipocampo, uma única experiência é armazenada em cópias de memória paralelas entre pelo menos três grupos diferentes de neurônios, que surgem em diferentes estágios do desenvolvimento embrionário. Essas cópias de memórias variam em persistência e acessibilidade ao longo do tempo, com algumas sendo fortes inicialmente, mas desaparecendo, enquanto outras se tornam mais fortes com o tempo. Essa flexibilidade na ativação e modificação das memórias permite que o cérebro se adapte às mudanças, equilibrando a necessidade de reter informações passadas com a capacidade de modificar memórias para se adequar a novas realidades. A pesquisa oferece uma nova compreensão da plasticidade do cérebro, que pode ter implicações futuras no tratamento de memórias patológicas ou na recuperação de memórias aparentemente perdidas.
Links para os estudos:
http://dx.doi.org/10.1126/science.ado5708
http://dx.doi.org/10.1126/science.adk0997
Conteúdo por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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