O uso de antibiótico pode alterar a nossa flora intestinal e causar alergias

Pesquisadores demonstraram, pela primeira vez, como a depleção de micróbios no intestino de recém-nascidos causada por antibióticos pode levar a alergias respiratórias ao longo da vida: a equipe de pesquisa identificou uma sequência específica de eventos que levam a alergias e asma, abrindo novas possibilidades para a prevenção e tratamento dessas condições. O estudo revelou que antibióticos administrados a bebês logo após o nascimento podem diminuir certas bactérias intestinais que produzem butirato, um composto essencial para interromper os processos que levam às alergias. Em modelos de camundongos, a ausência de butirato resultou no desenvolvimento em dobro de células imunológicas chamadas ILC2s, que são suspeitas na origem das alergias. Essas células produzem moléculas que ativam células brancas do sangue, fazendo-as gerar anticorpos e reagir excessivamente a ameaças inofensivas.

Os pesquisadores descobriram que o butirato deve ser administrado logo após o nascimento para evitar a proliferação das ILC2s e os efeitos subsequentes. No entanto, uma vez que as ILC2s se multiplicam, as etapas restantes da cascata alérgica se consolidam, permanecendo por toda a vida. Agora, sabendo os passos adicionais desse processo, os pesquisadores têm mais alvos potenciais para interromper essa cascata, mesmo após o período crítico de suplementação. Com essa nova compreensão, é possível detectar o risco de desenvolvimento de alergias ao observar o aumento de ILC2s e, potencialmente, direcionar tratamentos para essas células, oferecendo soluções de longo prazo que tratam a raiz do problema, em vez de apenas aliviar os sintomas.

Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1016/j.jaci.2024.07.023

Conteúdo por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130

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Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.