Pesquisadores demonstraram, pela primeira vez, como a depleção de micróbios no intestino de recém-nascidos causada por antibióticos pode levar a alergias respiratórias ao longo da vida: a equipe de pesquisa identificou uma sequência específica de eventos que levam a alergias e asma, abrindo novas possibilidades para a prevenção e tratamento dessas condições. O estudo revelou que antibióticos administrados a bebês logo após o nascimento podem diminuir certas bactérias intestinais que produzem butirato, um composto essencial para interromper os processos que levam às alergias. Em modelos de camundongos, a ausência de butirato resultou no desenvolvimento em dobro de células imunológicas chamadas ILC2s, que são suspeitas na origem das alergias. Essas células produzem moléculas que ativam células brancas do sangue, fazendo-as gerar anticorpos e reagir excessivamente a ameaças inofensivas.
Os pesquisadores descobriram que o butirato deve ser administrado logo após o nascimento para evitar a proliferação das ILC2s e os efeitos subsequentes. No entanto, uma vez que as ILC2s se multiplicam, as etapas restantes da cascata alérgica se consolidam, permanecendo por toda a vida. Agora, sabendo os passos adicionais desse processo, os pesquisadores têm mais alvos potenciais para interromper essa cascata, mesmo após o período crítico de suplementação. Com essa nova compreensão, é possível detectar o risco de desenvolvimento de alergias ao observar o aumento de ILC2s e, potencialmente, direcionar tratamentos para essas células, oferecendo soluções de longo prazo que tratam a raiz do problema, em vez de apenas aliviar os sintomas.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1016/j.jaci.2024.07.023
Conteúdo por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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