Poluentes no solo e na água, como pesticidas, metais pesados e microplásticos, podem ter um efeito prejudicial ao sistema cardiovascular, segundo um artigo publicado na Nature Reviews Cardiology. A pesquisa destaca que poluição do solo e da água está ligada a cerca de 9 milhões de mortes prematuras por ano (cerca de 16% do total de mortes), metade delas de origem cardiovascular. Poluentes como metais pesados e pesticidas contribuem para doenças cardíacas ao induzir estresse oxidativo, inflamação e disfunção endotelial. Os autores defendem a importância de controlar a poluição do solo e da água para reduzir riscos cardiovasculares, propondo estratégias como melhorias na filtragem da água e práticas agrícolas saudáveis. Eles também enfatizam que cardiologistas devem considerar fatores ambientais como parte do risco cardiovascular dos pacientes.
Outro estudo que a exposição a poluentes atmosféricos, como partículas finas (PM2.5) e óxidos de nitrogênio (NOx), durante a gravidez e a infância, está associada a alterações na microestrutura da substância branca do cérebro. O estudo, realizado com mais de 4.000 participantes acompanhados desde o nascimento, mostrou que a exposição a esses poluentes pode causar mudanças na anisotropia fracionada e na difusividade média, afetando o desenvolvimento cerebral na adolescência. Embora alguns efeitos possam diminuir com o tempo, outros permanecem, sugerindo um impacto a longo prazo na maturação cerebral. Os achados reforçam a necessidade de políticas mais rigorosas de controle da poluição do ar, uma vez que os níveis observados estavam acima dos recomendados pela OMS, mas ainda abaixo dos padrões atuais da União Europeia.
Links para os estudos:
http://dx.doi.org/10.1038/s41569-024-01068-0
http://dx.doi.org/10.1016/j.envres.2024.119828
Conteúdo por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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