O câncer, apesar de ser amplamente estudado, ainda guarda mistérios. Uma dessas incógnitas é o Paradoxo de Peto, que observa que animais grandes, apesar de terem um número maior de células e maior chance estatística de desenvolver mutações genéticas somáticas, apresentam menos casos de câncer do que o esperado. Pesquisadores conduziram um estudo que analisou a prevalência de câncer em 292 espécies de vertebrados, incluindo anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Esse levantamento, o maior do tipo, revelou que animais como o boto e o pinguim-de-pés-negros têm baixa ocorrência de câncer, enquanto outros, como os furões e os gambás, apresentam maior incidência.
A pesquisa aponta que o câncer é uma questão inerente aos organismos multicelulares. Em animais maiores com longos períodos de gestação, como os elefantes, há mecanismos genéticos evoluídos que suprimem tumores – os elefantes apresentam 20 cópias do gene TP53, por exemplo. O estudo oferece novas possibilidades para a pesquisa do câncer, indo além dos modelos tradicionais em roedores, e é uma oportunidade para entender melhor as variações e defesas biológicas entre diferentes animais.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1158/2159-8290.CD-24-0573
Conteúdo por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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