Inteligência artificial pode criar falsos resultados na análise de dados genômicos

Pesquisadores alertam sobre o risco de conclusões equivocadas em estudos genéticos e médicos quando são usados algoritmos de inteligência artificial (IA) para preencher lacunas de dados. Em estudos de associação genômica ampla (GWAS), que buscam ligações entre múltiplas variantes de múltiplos genes e características físicas ou doenças, o uso de IA pode criar “falsos positivos” identificando erroneamente correlações entre variações genéticas e doenças. Esses problemas surgem porque esses modelos de machine learning são propensos a introduzir vieses quando há dados incompletos. Os pesquisadores propuseram um método estatístico para reduzir esses erros e garantir maior precisão nos estudos, evitando que os pesquisadores confiem cegamente nas previsões de IA.

Em outro estudo, pesquisadores observaram que a IA pode ser boa em tarefas específicas, mas sem compreender realmente o mundo. Eles observaram que os modelos de linguagem grandes (LLMs) podem realizar tarefas impressionantes, como escrever poesia e criar programas de computador, mas apesar disso, não formam um um “modelo do mundo” coerente. Usando uma série de testes, os pesquisadores mostraram que esses modelos de IA, embora capazes de dar direções quase perfeitas em Nova York, não compreendem o layout real da cidade. Quando ruas foram fechadas ou desvios adicionados, os modelos falharam. Isso levanta questões importantes para a aplicação de LLMs em ciência e outras áreas, sugerindo a necessidade de abordagens alternativas se quisermos modelos que capturem uma representação precisa do mundo.

Links para os estudos:
http://dx.doi.org/10.1038/s41588-024-01934-0
https://news.mit.edu/2024/generative-ai-lacks-coherent-world-understanding-1105

Conteúdo por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130

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Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.