Durante o sono profundo, ondas elétricas lentas no cérebro tornam a região do neocórtex – onde memórias de longo prazo são armazenadas – mais receptiva a informações. Um estudo recente publicado na Nature Communications esclarece esse processo: essas ondas elétricas sincronizadas fortalecem as conexões entre os neurônios, aumentando a eficiência das sinapses exatamente no momento em que o cérebro reproduz memórias. Essa sincronização perfeita é essencial para transferir informações da memória de curto prazo, no hipocampo, para a memória de longo prazo. Essas descobertas abrem caminho para tratamentos inovadores que estimulam o cérebro durante o sono profundo, como impulsos elétricos sutis ou sinais acústicos. Melhorar a precisão dessas abordagens pode beneficiar pessoas com comprometimento cognitivo leve, potencialmente aprimorando a retenção de memória.
Praticar atividades físicas moderadas a intensas pode melhorar a memória não apenas no mesmo dia, mas também no seguinte, revela um estudo da University College London. Ao analisar adultos de 50 a 83 anos, os pesquisadores observaram que menos tempo sedentário e seis ou mais horas de sono profundo contribuíram para melhores resultados em testes de memória. Esses benefícios podem estar ligados ao aumento do fluxo sanguíneo no cérebro e à liberação de neurotransmissores após o exercício. Embora os efeitos imediatos do exercício no cérebro já fossem conhecidos, a pesquisa sugere que os impactos positivos podem durar mais tempo do que o imaginado, especialmente com boa qualidade de sono. Brincar, dançar, ou subir escadas já conta como exercício! A memória agradece, e a ciência aprova.
Link para os estudos:
http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-53901-2
http://dx.doi.org/10.1016/j.jfma.2023.08.001
Conteúdo por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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