Um estudo com quase 37.000 adultos, conduzido por pesquisadores da Universidade de Yale, revelou que pais e mães apresentam padrões cerebrais que contrastam com o envelhecimento típico, sugerindo que a parentalidade pode proteger o cérebro. O efeito se intensificou conforme o número de filhos aumentava, sendo observado tanto em mães quanto em pais, o que sugere que os benefícios vêm da experiência de criar filhos e não apenas de alterações biológicas ligadas à gravidez.
A pesquisa analisou conexões cerebrais a partir de dados do UK Biobank, um grande banco de dados biomédico. Os cientistas identificaram maior conectividade em áreas do cérebro relacionadas ao movimento e à sensação, regiões que normalmente mostram declínio com o avanço da idade.
Os resultados desafiam a visão de que ter filhos apenas gera estresse e desgaste, sugerindo que a parentalidade pode enriquecer o ambiente cognitivo e social dos pais, impulsionando sua saúde cerebral. Além do aumento da conectividade neural, os pais analisados também relataram maiores níveis de conexão social, com interações familiares mais frequentes e redes sociais mais amplas. Embora os achados sejam promissores, os pesquisadores alertam que mais estudos são necessários para compreender como a parentalidade impacta o cérebro. Além disso, os efeitos podem ser explorados para promover a saúde cerebral mesmo em pessoas sem filhos, através de interações sociais e suporte comunitário.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1073/pnas.2411245122
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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