Algumas espécies desenvolveram defesas naturais contra o câncer

Um estudo, publicado na Nature Communications, revelou que aves possuem taxas mais baixas de câncer e maior expectativa de vida do que mamíferos e répteis de tamanho semelhante. Além disso, carnívoros primários apresentam maior prevalência de tumores do que herbívoros, especialmente quando a domesticação é levada em conta. Os pesquisadores analisaram dados de 273 espécies de vertebrados, investigando a relação entre dieta, glicose plasmática e incidência de câncer. Descobriram ainda que carnívoros têm maior risco de câncer do que herbívoros, possivelmente devido ao acúmulo de compostos nocivos ao longo da cadeia alimentar e espécies domesticadas apresentam mais câncer, sugerindo que a seleção natural pode reduzir a incidência da doença em populações selvagens.

As descobertas podem abrir caminhos para novas estratégias de prevenção e tratamento do câncer em humanos, investigando como aves evoluíram para resistir à doença. Embora essas defesas naturais ainda não sejam compreendidas completamente, os cientistas acreditam que fatores como metabolismo acelerado e menor dependência da glicose podem estar envolvidos. Enquanto isso, as recomendações de saúde para humanos permanecem as mesmas: manter uma alimentação equilibrada, evitar carnes processadas e controlar os níveis de açúcar no sangue por meio de um estilo de vida saudável.

Em outro estudo, cientistas observaram que maior adesão à dieta mediterrânea foi associada a uma redução no risco de cânceres relacionados à obesidade, especialmente hepatocelular, renal e colorretal, independentemente do índice de massa corporal (IMC) e da relação cintura-quadril, segundo análise de dados do estudo EPIC com 450.111 participantes acompanhados por 14,9 anos. A proteção conferida pela dieta mediterrânea não foi mediada pelo excesso de peso, sugerindo que outros mecanismos podem estar envolvidos na redução do risco de câncer, reforçando a necessidade de mais estudos para elucidar esses efeitos.

Links para os estudos:
http://dx.doi.org/10.1038/s41467-025-57344-1
https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2024.61031

Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130

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Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.