Cientistas desenvolveram uma inteligência artificial (IA) capaz de analisar amostras de sangue e identificar infecções, doenças autoimunes e respostas a vacinas. O algoritmo examina sequências de receptores de células B e T, oferecendo um panorama detalhado da atividade imunológica do organismo. Em um estudo publicado na Science, pesquisadores da Universidade de Stanford analisaram 39,7 milhões de sequências de receptores imunes em amostras de 593 indivíduos, incluindo pessoas com COVID-19, HIV, lúpus, diabetes tipo 1, vacinados contra gripe e controles saudáveis. Os resultados mostram que a IA acertou 85,3% dos diagnósticos ao combinar dados de células B e T, um desempenho superior ao uso isolado de cada tipo de célula.
O algoritmo usa aprendizado profundo e modelos de linguagem natural, como aqueles por trás do ChatGPT, para identificar padrões na resposta imune. O estudo combinado de células B e T melhora a precisão diagnóstica em relação ao uso isolado de uma única população de células. COVID-19, HIV e gripe foram melhor identificados por sequências de células B, enquanto lúpus e diabetes tipo 1 tiveram assinaturas imunológicas mais claras em células T.
Além do diagnóstico, a tecnologia pode ajudar a personalizar tratamentos para doenças autoimunes, reduzindo tentativas terapêuticas ineficazes. Embora ainda esteja longe do uso clínico, a tecnologia promete agilizar diagnósticos diferenciais e reduzir custos laboratoriais, além de abrir portas para novas abordagens terapêuticas baseadas na imunologia de precisão.
Link para o estudo: https://doi.org/10.1126/science.adp2407
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130