Duas inovações recentes trazem novas perspectivas para a reabilitação de pessoas com lesões na medula espinhal e paralisia. A equipe do .NeuroRestore desenvolveu um sistema que combina estimulação elétrica da medula espinhal com robótica de reabilitação, promovendo movimentos musculares mais naturais e coordenados durante a fisioterapia. A tecnologia integra um neuroestimulador epidural totalmente implantado com sensores e dispositivos robóticos como esteiras, bicicletas estacionárias e exoesqueletos, permitindo sincronização em tempo real entre estímulo e movimento.
Em estudo com cinco pessoas com lesão medular, o sistema não só ativou músculos durante a terapia assistida, mas também melhorou movimentos voluntários mesmo após o desligamento do estímulo. Os resultados reforçam o potencial da integração entre neuropróteses e robôs para ampliar os benefícios da reabilitação, inclusive fora do ambiente clínico, como ao caminhar com andador ou pedalar ao ar livre.
Paralelamente, pesquisadores da Universidade da Califórnia demonstraram que uma interface cérebro-computador (BCI) baseada em inteligência artificial permitiu a um homem paralisado controlar um braço robótico apenas com pensamentos, durante sete meses consecutivos — um recorde para esse tipo de tecnologia. A interface captava sinais cerebrais gerados quando o participante imaginava movimentos, permitindo que ele manipulasse objetos com precisão após treino em ambiente virtual.
Ambas as abordagens representam avanços significativos na integração entre biotecnologia, IA e reabilitação funcional, superando as limitações da robótica passiva ou da estimulação isolada. Embora ainda em fase experimental, os resultados indicam caminhos promissores para restaurar mobilidade e independência em pessoas com lesões neurológicas graves.
Links para os estudos:
http://dx.doi.org/10.1126/scirobotics.adn5564
http://dx.doi.org/10.1016/j.cell.2025.02.001
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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