Uma nova análise do estudo longitudinal NIH–AARP Diet and Health Study, com mais de 20 anos de seguimento e 471 mil participantes, mostrou que uma maior ingestão de cálcio — tanto por meio da alimentação quanto por suplementos — está consistentemente associada à redução do risco de câncer colorretal (CCR). Os efeitos protetores foram observados em todos os sítios tumorais: cólon proximal, distal e reto.
Pessoas no quintil mais alto de ingestão total de cálcio (2.056 mg/dia para mulheres e 1.773 mg/dia para homens) apresentaram 29% menos risco de desenvolver CCR em comparação com aqueles no quintil mais baixo (401 mg/dia para mulheres e 407 mg/dia para homens). O benefício foi robusto e se manteve independente da fonte de cálcio, incluindo alimentos lácteos, não lácteos e suplementos. O consumo adicional de 300 mg/dia de cálcio foi associado a reduções no risco de CCR de 8% (total), 10% (alimentar) e 5% (suplementar).
Entre indivíduos negros, grupo que tende a ter menor consumo do mineral, os efeitos foram ainda mais pronunciados: reduções de 32%, 36% e 19% no risco de CCR, respectivamente, para cálcio total, alimentar e suplementar. Os dados sugerem que a correção de deficiências de cálcio, especialmente em populações de maior risco ou com consumo inadequado, pode contribuir significativamente para reduzir as disparidades evitáveis no risco de câncer colorretal.
Link para o sestudo: https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2024.60283
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130