Maior consumo de leite e derivados é associado a menor risco de câncer colorretal

Dois estudos recentes reforçam a associação entre o consumo de laticínios e a redução do risco de câncer colorretal (CCR), sugerindo que os benefícios vão além da ingestão de cálcio. Um estudo de coorte prospectivo com mais de 540 mil mulheres britânicas publicado na Nature Communications revelou que cada 200 g de leite por dia está associado a uma redução de 14% no risco de CCR, e cada 50 g de iogurte por dia a uma redução de 8%. Já outro estudo mostrou que indivíduos que consumiam pelo menos duas porções semanais de iogurte apresentavam 20% menos risco de desenvolver tumores CCR positivos para Bifidobacterium, uma bactéria benéfica comum no iogurte, sugerindo um possível papel protetor mediado pela microbiota.

Outros estudos anteriores já haviam observado redução no risco de CCR com maior consumo de laticínios. Além do cálcio, outros componentes bioativos dos laticínios podem ter papel protetor, como o ácido linoleico conjugado, o ácido butírico e a esfingomielina, que mostraram inibição do crescimento de células tumorais em modelos animais. Proteínas específicas do leite também estão sendo investigadas.

A saúde da microbiota intestinal também pode ser um mecanismo-chave, especialmente no caso de produtos fermentados, como o iogurte. Embora ainda incipiente, a hipótese é que uma microbiota rica em bactérias benéficas como o Bifidobacterium possa atenuar os efeitos deletérios de dietas ricas em carne vermelha e processada, contribuindo para a prevenção do CCR.

Links para os estudos:
https://doi.org/10.1038/s41467-024-55219-5
https://doi.org/10.1080/19490976.2025.2452237

Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130

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Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.