Consumo excessivo de álcool está associado a lesões cerebrais e piora cognitiva

Um estudo da Faculdade de Medicina da USP, publicado na Neurology, revelou que indivíduos que consomem oito ou mais doses de álcool por semana têm risco significativamente maior de apresentar lesões cerebrais chamadas arteriolosclerose hialina, além de maior propensão ao acúmulo de emaranhados de tau, um marcador associado à doença de Alzheimer. A pesquisa analisou cérebros de 1.781 pessoas com média de idade de 75 anos no momento da morte, classificando os participantes em quatro grupos com base em seus padrões de consumo de álcool: abstêmios, moderados, bebedores pesados e ex-bebedores pesados. Após ajustes por idade, tabagismo e atividade física, os bebedores pesados apresentaram 133% mais chances de ter lesões vasculares cerebrais em comparação aos que nunca beberam; os ex-bebedores pesados, 89% mais chances; e até mesmo os moderados, 60% mais.

O estudo também mostrou que ex-bebedores pesados apresentavam proporção menor de massa cerebral em relação ao corpo e pior desempenho cognitivo, além de morrerem, em média, 13 anos antes dos abstêmios. Curiosamente, a redução da massa cerebral e os prejuízos cognitivos foram observados apenas entre os ex-bebedores, sugerindo efeitos residuais duradouros do álcool no cérebro, mesmo após a interrupção do consumo. Embora o estudo não comprove causalidade, os resultados fortalecem a associação entre o consumo excessivo de álcool e danos neurológicos persistentes, reforçando a importância de políticas públicas de prevenção e conscientização. Os autores ressaltam que mais estudos são necessários para entender a duração e intensidade do consumo envolvido nos efeitos observados.

Link para o estudo: www.pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/40203226

Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130

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Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.