Uma pesquisa revelou que a tecnologia de sequenciamento genético de nova geração (NGS), essencial para avanços em medicina personalizada, diagnóstico de câncer e vigilância de doenças infecciosas, pode se tornar um novo foco de ataques cibernéticos. O estudo é a primeira análise abrangente das ameaças à ciber-biosecurança ao longo de todo o fluxo de trabalho do NGS. Os pesquisadores identificaram diversas vulnerabilidades que podem ser exploradas, desde malwares embutidos em DNA sintético até manipulações conduzidas por inteligência artificial e técnicas de reidentificação genômica. A complexidade dos equipamentos, softwares e redes envolvidas em cada etapa do sequenciamento torna o sistema altamente suscetível a invasões com potencial de comprometimento de dados sensíveis, integridade científica e segurança nacional.
Segundo os autores, as ameaças vão muito além dos vazamentos convencionais de dados, podendo resultar em vigilância, discriminação genética e até bioterrorismo. Diante disso, os pesquisadores defendem uma mudança de paradigma na proteção dessas informações altamente pessoais. O artigo recomenda medidas práticas como protocolos de sequenciamento seguros, armazenamento criptografado e uso de IA para detectar anomalias. Para garantir a segurança do futuro da medicina de precisão, o estudo propõe ações coordenadas entre cientistas da computação, bioinformatas, biotecnologistas e especialistas em segurança — áreas que raramente atuam em conjunto, mas cuja cooperação será vital para prevenir usos maliciosos dessa tecnologia promissora.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1109/ACCESS.2025.3552069
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
Gostou do conteúdo? Curta, comente e compartilhe para que mais pessoas se juntem a essa jornada da ciência!