Pesquisadores americanos deram um passo importante no desenvolvimento de uma vacina contra o acúmulo da proteína tau fosforilada (pT181), associada à doença de Alzheimer. O estudo, recentemente publicado, demonstrou que a imunização experimental induz uma resposta imune robusta em camundongos geneticamente modificados e em primatas não humanos. A vacina, baseada em partículas semelhantes a vírus (VLPs), foi capaz de gerar anticorpos que reconhecem e se ligam à forma alterada da proteína tau, reduzindo a formação dos emaranhados neurotóxicos típicos da doença e melhorando o desempenho cognitivo dos animais.
A equipe agora busca financiamento para iniciar os testes clínicos em humanos. Os resultados obtidos em macacos — cujos sistemas imunológicos se assemelham ao humano — fortaleceram a confiança na eficácia e segurança do imunizante. O uso de VLPs permite uma resposta imune durável sem a necessidade de adjuvantes, e os anticorpos gerados foram eficazes ao se ligarem à proteína tau em amostras de plasma e tecido cerebral de pacientes com comprometimento cognitivo leve e Alzheimer. Com base nesses achados, os pesquisadores acreditam que direcionar a proteína tau possa ser uma alternativa mais promissora do que os tratamentos atuais voltados ao beta-amiloide.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1002/alz.70101
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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