Pesquisadores demonstraram, em um estudo recentemente publicado, que nanopartículas de ouro injetadas na retina podem restaurar parcialmente a visão em camundongos com distúrbios degenerativos, como a degeneração macular. A técnica, que evita modificações genéticas e procedimentos cirúrgicos complexos, utiliza um laser infravermelho para ativar as nanopartículas, que geram calor e estimulam diretamente células bipolares e ganglionares — preservadas nesses distúrbios — simulando a função perdida dos fotorreceptores danificados. A resposta cerebral observada nos animais indica que os sinais visuais voltaram a ser processados, sugerindo recuperação funcional da visão.
A ideia dos pesquisadores é integrar essa abordagem a um sistema com óculos especiais equipados com câmeras e laser infravermelho, que projetariam imagens sobre a retina para ativar as nanopartículas. Em comparação a métodos anteriores aprovados pela FDA, que requerem implantes cirúrgicos de eletrodos, a nova técnica é menos invasiva e tem potencial para oferecer maior resolução visual, cobrindo todo o campo de visão. Os testes em animais mostraram que as nanopartículas permaneceram seguras por meses e que o estímulo visual foi eficaz — avanços promissores para futuras aplicações clínicas.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1021/acsnano.4c14061
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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