Pesquisadores da Universidade de Minnesota concluíram o primeiro ensaio clínico em humanos utilizando a técnica de edição genética CRISPR/Cas9 para fortalecer o sistema imune no combate a cânceres gastrointestinais avançados. Publicado na Lancet Oncology, o estudo testou a desativação do gene CISH em linfócitos infiltrantes de tumor (TILs), células imunes extraídas do próprio paciente. A modificação aumentou a capacidade dos TILs de reconhecer e atacar células tumorais, oferecendo uma nova estratégia para tratar doenças metastáticas em estágio terminal, como o câncer colorretal em estágio IV, tradicionalmente incurável.
Em 22 pacientes com doença avançada, a abordagem demonstrou segurança, sem efeitos colaterais graves, e mostrou sinais de eficácia: o crescimento tumoral foi interrompido em alguns casos e, em um paciente, observou-se resposta completa, com desaparecimento total dos tumores por mais de dois anos. O método oferece uma vantagem importante em relação a terapias convencionais, pois a alteração genética é permanente e não requer doses contínuas. A equipe conseguiu expandir mais de 10 bilhões de TILs geneticamente modificados em condições clínicas, um feito inédito. Embora promissora, a terapia ainda enfrenta desafios de custo e complexidade e novas pesquisas buscam entender os fatores por trás do sucesso terapêutico observado para aprimorar os resultados em ensaios futuros.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1016/S1470-2045(25)00083-X
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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