Uma análise internacional liderada por pesquisadores da Fiocruz estimou que o consumo elevado de alimentos ultraprocessados (AUPs) está relacionado a um número significativo de mortes prematuras evitáveis. O estudo combinou dados de consumo alimentar e mortalidade em oito países (Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, México, Reino Unido e Estados Unidos), revelando que a cada aumento de 10% na proporção de calorias provenientes de AUPs na dieta, há um aumento de 3% no risco de morte por todas as causas. Nos EUA, por exemplo, o modelo indicou que cerca de 124 mil mortes prematuras em 2018 foram atribuíveis à ingestão desses produtos.
Alimentos ultraprocessados são formulações industriais prontas para consumo ou aquecimento, contendo poucos ou nenhum alimento in natura, sendo compostos por ingredientes refinados, aditivos artificiais e substâncias sintéticas. A pesquisa demonstrou que esses produtos impactam a saúde de forma sistêmica, estando associados a pelo menos 32 doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, depressão e certos tipos de câncer. A carga de mortalidade atribuível foi significativa em todos os países analisados, reforçando a urgência de políticas públicas globais que desencorajem o consumo de AUPs e promovam padrões alimentares tradicionais baseados em alimentos frescos e minimamente processados.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1016/j.amepre.2025.02.018
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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