Pesquisadores de Barcelona desenvolveram uma ferramenta de inteligência artificial capaz de criar sequências sintéticas de DNA que controlam a expressão gênica em células saudáveis de mamíferos, uma abordagem inédita publicada na revista Cell. O modelo gera fragmentos de DNA não encontrados na natureza, programados para ativar ou desativar genes em células específicas. Em um experimento de prova de conceito, os cientistas pediram ao modelo que projetasse sequências que ativassem um gene fluorescente em células sanguíneas de camundongos sem interferir em outros padrões de expressão gênica. Os fragmentos sintéticos funcionaram conforme previsto, demonstrando a capacidade da IA em projetar reguladores genéticos com precisão.
O estudo representa um avanço significativo na biologia generativa, oferecendo novas estratégias para terapia gênica ao criar potenciadores sintéticos ultra-seletivos que ajustam a expressão gênica apenas nas células-alvo, reduzindo os efeitos colaterais. Durante cinco anos, os pesquisadores sintetizaram mais de 64.000 potenciadores em células sanguíneas saudáveis, a maior biblioteca desse tipo já construída, e observaram que combinações específicas de fatores de transcrição poderiam tanto ativar quanto reprimir genes, dependendo do contexto celular. Com esses dados, a IA foi treinada para prever novos projetos que modulam a atividade gênica de forma personalizada, abrindo caminho para futuras terapias de precisão baseadas na regulação de genes.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1016/j.cell.2025.04.017
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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