Restrição de cisteína leva à perda extrema de peso

Pesquisadores descobriram que camundongos geneticamente modificados para não produzirem o aminoácido cisteína, quando submetidos a uma dieta livre dessa substância, perderam 30% de seu peso corporal em apenas uma semana. Publicado na revista Nature, o estudo revelou que a depleção de cisteína interrompe vias metabólicas essenciais, especialmente ao reduzir os níveis de coenzima A (CoA), uma molécula fundamental para converter carboidratos e gorduras em energia. Sem CoA suficiente, as células não conseguem utilizar de forma eficiente a glicose ou os lipídios, levando o organismo a queimar rapidamente suas reservas de gordura em uma tentativa frustrada de suprir a demanda energética.

Apesar do impacto significativo na perda de peso, os autores alertam que a eliminação completa de cisteína não é viável como estratégia clínica, pois ela está presente na maioria dos alimentos e é vital para múltiplos processos celulares. Além disso, a falta desse aminoácido ativa respostas celulares ao estresse e ao estresse oxidativo, além de aumentar a produção do hormônio GDF15, que contribui para perda de apetite e impede a regeneração das reservas de gordura. A pesquisa esclarece que os benefícios observados em dietas com baixo teor de aminoácidos sulfurados, como frutas, verduras e leguminosas, se devem especificamente à restrição de cisteína, e não de metionina, como se pensava anteriormente. Os cientistas agora planejam investigar como modular seletivamente esses mecanismos para, no futuro, desenvolver estratégias seguras e eficazes de controle de peso em humanos.

Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1038/s41586-025-08996-y

Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130

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Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.