Café pode atrapalhar o sono profundo e a recuperação cerebral, mostra estudo com uso de IA

Um estudo revelou que a cafeína, presente não apenas no café, mas também em chás, chocolates, refrigerantes e energéticos, pode afetar negativamente o sono e a recuperação cognitiva do cérebro, especialmente em adultos jovens. A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade de Montreal e utilizou inteligência artificial e eletroencefalografia (EEG) para analisar a atividade cerebral noturna de 40 adultos saudáveis que receberam cafeína antes de dormir.

Os resultados mostraram que a cafeína aumenta a complexidade dos sinais neurais e impulsiona o cérebro a um estado de “criticidade” — um ponto de equilíbrio entre ordem e caos, essencial para o funcionamento ideal do cérebro durante o dia. No entanto, esse estado, mantido durante a noite sob efeito da cafeína, interfere na capacidade de relaxamento e recuperação cerebral, afetando ondas lentas como alfa e teta (associadas ao sono profundo), e estimulando ondas beta (relacionadas ao estado de vigília).

Esses efeitos foram mais marcantes em jovens entre 20 e 27 anos, que têm maior densidade de receptores de adenosina — molécula que induz o sono e cuja ação é bloqueada pela cafeína. Em participantes de 41 a 58 anos, os efeitos foram menos intensos. Os pesquisadores alertam que o uso generalizado de cafeína pode impactar a eficiência do sono e da consolidação da memória, e sugerem que estratégias personalizadas de consumo podem ser importantes, especialmente entre os mais jovens.

Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1038/s42003-025-08090-z

Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130

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Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.