Cientistas identificaram uma classe única de anticorpos derivados de lhamas com potente ação neutralizante contra diversos coronavírus do tipo SARS, incluindo o SARS-CoV-1 e múltiplas variantes do SARS-CoV-2, desde as iniciais até as mais recentes. Esses anticorpos, conhecidos como nanocorpos ou VHHs, atuam como “braçadeiras moleculares” que se ligam a uma região altamente conservada e pouco acessível na base da proteína spike — um alvo vital e comum a diferentes variantes do vírus. Essa ligação impede que a spike se reorganize na forma necessária para fusão com as células humanas, bloqueando a infecção.
O estudo, publicado na Nature Communications, mostrou que esses nanocorpos oferecem proteção robusta mesmo em doses baixas, apresentando um potencial excepcional como tratamento antiviral. Além disso, quando os cientistas tentaram induzir mutações de escape, os poucos vírus que conseguiram driblar os nanocorpos tornaram-se significativamente menos infecciosos, o que evidencia uma barreira elevada à resistência viral. Essa descoberta representa um marco importante na busca por terapias duráveis contra o SARS-CoV-2 e seus futuros descendentes, especialmente porque o alvo desses nanocorpos é estável e crucial para a sobrevivência viral, tornando-se uma vulnerabilidade estratégica do vírus.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1038/s41467-025-60250-1
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130
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