À medida que a inteligência artificial (IA) se infiltra em mais setores do mercado de trabalho, cresce também o receio de que ela prejudique os trabalhadores. No entanto, um novo estudo publicado na Nature Scientific Reports traz um alívio inesperado: até agora, a exposição à IA não tem gerado impactos negativos generalizados sobre a saúde mental ou a satisfação no trabalho. Na verdade, os dados revelam uma leve melhora na saúde dos trabalhadores, especialmente entre aqueles com menor escolaridade. O motivo? Menor esforço físico e menos risco em ocupações que passaram a adotar IA para tarefas pesadas ou repetitivas.
Mas os próprios autores alertam: é cedo demais para comemorar. A pesquisa usou dados de duas décadas do Painel Socioeconômico Alemão e focou nos primeiros estágios da difusão da IA na Alemanha, que é um país com forte proteção trabalhista. Além disso, quando os próprios trabalhadores relatam sua exposição à IA, as percepções são um pouco menos otimistas, com ligeira queda na satisfação com a vida e com o trabalho. Isso mostra que os efeitos subjetivos merecem atenção. Como apontam os pesquisadores, o verdadeiro impacto da IA só será compreendido com o tempo, à medida que ela se expandir para mais setores e transforme a natureza do trabalho de forma mais profunda.
Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1038/s41598-025-98241-3
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130