Terapia gênica que pode preservar a memória no Alzheimer Em um avanço promissor na luta contra a doença de Alzheimer, pesquisadores da Universidade da Califórnia desenvolveram uma nova forma de terapia gênica que protege o cérebro mesmo após o surgimento dos sintomas do Alzheimer. Ao invés de focar nos acúmulos tóxicos de proteínas, alvos tradicionais no tratamento da doença, essa abordagem atua diretamente no comportamento das células cerebrais, reprogramando-as para um estado mais saudável. No estudo, os cientistas testaram a terapia em camundongos com Alzheimer em fase sintomática e observaram que a memória dependente do hipocampo foi preservada: uma função cognitiva central e frequentemente prejudicada na doença. Os camundongos tratados apresentaram padrões de expressão genética semelhantes aos de camundongos saudáveis, sugerindo que o tratamento não apenas desacelera a degeneração, mas também pode restaurar circuitos neuronais afetados. O segredo dessa nova terapia está na superexpressão do gene Caveolin-1 (Cav-1) em neurônios, promovida por um vetor viral (AAV9-Synapsin) que direciona a entrega do gene de forma específica ao sistema nervoso. O Cav-1 atua como uma “plataforma de sinalização” nas membranas dos neurônios, ativando caminhos moleculares ligados à sobrevivência e regeneração das células. Nos experimentos, essa estratégia ativou proteínas essenciais para a plasticidade sináptica, como CaMKII e CREB, e restaurou receptores associados à neuroproteção. Embora o estudo ainda esteja em fase pré-clínica, os resultados representam uma nova fronteira na terapia do Alzheimer. Além disso, a mesma tecnologia já recebeu designação de “droga órfã” pela FDA para uso em esclerose lateral amiotrófica (ELA), o que pode acelerar seu caminho até ensaios clínicos em humanos. Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1038/s41392-025-02258-z Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD Médico Geneticista - CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130 #Alzheimer #TerapiaGênica #Neurociência #Memória #Caveolin1 #Neuroproteção #Demência #Biotecnologia #GeneTherapy #Ciência #EducaçãoMédica #Geneaxis #Genética #Genômica #MedicinaDePrecisão #MedicinaPersonalizada

Terapia gênica que pode preservar a memória no Alzheimer

Em um avanço promissor na luta contra a doença de Alzheimer, pesquisadores da Universidade da Califórnia desenvolveram uma nova forma de terapia gênica que protege o cérebro mesmo após o surgimento dos sintomas do Alzheimer. Ao invés de focar nos acúmulos tóxicos de proteínas, alvos tradicionais no tratamento da doença, essa abordagem atua diretamente no comportamento das células cerebrais, reprogramando-as para um estado mais saudável.

No estudo, os cientistas testaram a terapia em camundongos com Alzheimer em fase sintomática e observaram que a memória dependente do hipocampo foi preservada: uma função cognitiva central e frequentemente prejudicada na doença. Os camundongos tratados apresentaram padrões de expressão genética semelhantes aos de camundongos saudáveis, sugerindo que o tratamento não apenas desacelera a degeneração, mas também pode restaurar circuitos neuronais afetados.

O segredo dessa nova terapia está na superexpressão do gene Caveolin-1 (Cav-1) em neurônios, promovida por um vetor viral (AAV9-Synapsin) que direciona a entrega do gene de forma específica ao sistema nervoso. O Cav-1 atua como uma “plataforma de sinalização” nas membranas dos neurônios, ativando caminhos moleculares ligados à sobrevivência e regeneração das células. Nos experimentos, essa estratégia ativou proteínas essenciais para a plasticidade sináptica, como CaMKII e CREB, e restaurou receptores associados à neuroproteção.

Embora o estudo ainda esteja em fase pré-clínica, os resultados representam uma nova fronteira na terapia do Alzheimer. Além disso, a mesma tecnologia já recebeu designação de “droga órfã” pela FDA para uso em esclerose lateral amiotrófica (ELA), o que pode acelerar seu caminho até ensaios clínicos em humanos.

Link para o estudo: http://dx.doi.org/10.1038/s41392-025-02258-z

Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130

#Alzheimer #TerapiaGênica #Neurociência #Memória #Caveolin1 #Neuroproteção #Demência #Biotecnologia #GeneTherapy #Ciência #EducaçãoMédica #Geneaxis #Genética #Genômica #MedicinaDePrecisão #MedicinaPersonalizada

Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.