A menopausa precoce, também chamada de falência ovariana precoce ou insuficiência ovariana primária, representa muito mais do que o fim antecipado da fertilidade. Para muitas mulheres, ela é um baque físico e emocional, com ondas de calor, perda de densidade óssea, maior risco cardiovascular e, frequentemente, um luto silencioso pela infertilidade. Um novo estudo revela que quase 30% das mulheres com IOP apresentam sintomas depressivos, e aponta fatores de risco que ajudam a explicar por que algumas são mais afetadas do que outras.
A pesquisa analisou cerca de 350 mulheres diagnosticadas com menopausa precoce antes dos 40 anos. Os resultados mostraram que a idade mais jovem no momento do diagnóstico, a intensidade dos sintomas físicos, a dor emocional ligada à infertilidade e a falta de apoio emocional aumentam o risco de depressão. Curiosamente, mulheres cuja menopausa precoce tem causa genética relataram menores índices de depressão, e nem sempre os sintomas mais comuns, como suores noturnos, estiveram associados a maior impacto emocional. Além disso, o uso de terapia hormonal não influenciou os níveis de depressão, reforçando que os aspectos psicossociais são fundamentais no cuidado dessa população. Para os autores, o estudo deixa claro que a assistência à mulher com menopausa precoce deve ser integral, envolvendo suporte psicológico desde o início.
Link para o estudo: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/40663547
Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130