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Por que o lúpus melhora com a idade? A ciência acaba de encontrar a resposta

Estudo revela como o envelhecimento modula a hiperatividade imunológica no lúpus.

Lúpus e envelhecimento. Embora o lúpus seja uma doença autoimune crônica e potencialmente grave, evidências científicas mostram que sua intensidade pode diminuir com a idade. Um estudo na Science Translational Medicine identificou que o envelhecimento reduz a produção excessiva de interferons, principal motor da inflamação no lúpus.

O que a pesquisa descobriu

A análise de amostras de sangue de pacientes com lúpus de diferentes idades revelou que, ao contrário de adultos saudáveis — nos quais os genes inflamatórios aumentam com o tempo (“inflammaging”) —, os pacientes com lúpus apresentaram atividade inflamatória máxima na meia-idade, com queda progressiva nos idosos.

Os pesquisadores sugerem que alterações epigenéticas, como mudanças na metilação do DNA, modulam essa resposta, ajudando a explicar por que pacientes idosos frequentemente mantêm a doença sob controle por períodos prolongados.

Implicações clínicas

  • Tratamento personalizado: ajustar terapias de acordo com a idade e perfil inflamatório do paciente.
  • Epigenética como alvo: explorar medicamentos que reproduzam o efeito “modulador” do envelhecimento no sistema imune.
  • Prevenção de complicações: entender a curva de atividade da doença para melhor planejar o acompanhamento médico.

Perguntas frequentes

Por que o lúpus tende a melhorar com a idade?
O envelhecimento parece reduzir a produção excessiva de interferons e modular a resposta inflamatória exacerbada típica da doença.
O que é “inflammaging”?
É o aumento gradual de genes inflamatórios com a idade em indivíduos saudáveis, diferente do que ocorre no lúpus.
Como a epigenética influencia o lúpus?
Mudanças no padrão de metilação do DNA podem alterar a atividade de genes inflamatórios, impactando a gravidade da doença.

Referências

  1. Science Translational Medicine — Interferon modulation and lupus activity by age

Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD — Médico Geneticista (CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130).

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Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.