Mecanismos genéticos das doenças

Mecanismos genéticos das doenças

Alterações no genoma, de grandes rearranjos cromossômicos a variantes de nucleotídeo único, podem desregular a dose e a função dos genes e, assim, causar doença. Nas cromossomopatias, o desequilíbrio de dose costuma atingir múltiplos genes; nas doenças monogênicas, uma única variante patogênica é suficiente para explicar o fenótipo; já nas condições de herança complexa, o risco emerge da interação entre múltiplas variantes, fatores ambientais e mecanismos regulatórios como epigenética, imprinting e mosaicismo.

Entender esses mecanismos genéticos das doenças é o ponto de partida para interpretar laudos genômicos com segurança, escolher o exame certo para cada caso e aplicar a medicina de precisão de forma responsável, sem promessas exageradas nem uso inadequado de tecnologia.

Como alterações no genoma causam doença?

Na prática clínica, nos deparamos com uma grande variedade de mecanismos patogênicos. Há quadros em que um ganho ou perda de material cromossômico altera a dose de dezenas ou centenas de genes, como nas deleções e duplicações detectadas por cariótipo e microarray. Em outros cenários, uma única variante em um gene crítico para o desenvolvimento neurológico, imunológico ou metabólico é suficiente para explicar todo o fenótipo – o clássico modelo das doenças monogênicas.

Em condições de herança complexa, o raciocínio muda: não há um “gene culpado” isolado, mas sim uma arquitetura de risco que combina múltiplas variantes genéticas de pequeno efeito com fatores ambientais, estilos de vida, exposição a agentes externos e mecanismos regulatórios como epigenética, imprinting e mosaicismo somático. É esse conjunto que desloca o indivíduo ao longo de um gradiente de risco, em vez de um simples “tem ou não tem a mutação”.

Da fisiopatologia ao diagnóstico em medicina de precisão

Para o médico que pede e interpreta exames genéticos, conhecer os mecanismos genéticos das doenças não é um detalhe teórico: é o que define que exame deve ser solicitado, como interpretar o laudo e como traduzir o resultado em condutas. A escolha entre cariótipo, microarray, painéis, exoma ou genoma completo depende de hipóteses fisiopatológicas bem construídas.

Da mesma forma, a leitura crítica de variantes – patogênicas, provavelmente patogênicas, VUS – exige que o clínico entenda se aquele mecanismo é plausível para o fenótipo observado, se há coerência com o padrão de herança familiar e se o mecanismo proposto realmente se encaixa na biologia da doença em questão.

A aula “Mecanismos genéticos das doenças” no curso da Geneaxis

A aula “Mecanismos genéticos das doenças”, do nosso módulo principal, apresenta esses conceitos de forma objetiva, conectando fisiopatologia, implicações diagnósticas e aplicações práticas em medicina de precisão. O foco é clínico: como raciocinar diante de um fenótipo complexo, como alinhar mecanismo molecular e escolha do exame, e como usar o resultado para orientar o paciente e a família.

A ideia é que você consiga olhar para um laudo genômico e reconhecer, com segurança, se está diante de uma cromossomopatia, uma doença monogênica clássica, um quadro multifatorial ou um mecanismo mais raro, como disomia uniparental, imprinting ou mosaicismo.

Assista em vídeo: mecanismos genéticos das doenças na prática

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Conteúdo elaborado por:

Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD
Médico Geneticista – CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130

Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.