Camadas do córtex somatossensorial e envelhecimento: plasticidade e espessura cortical

Camadas do cérebro surpreendem: algumas envelhecem menos e até crescem com o tempo

Imagens de altíssima resolução revelam que camadas do córtex somatossensorial podem manter ou aumentar a espessura com a idade.

Córtex que resiste ao tempo. Cientistas alemães mostraram que nem todas as partes do cérebro se deterioram com a idade. No córtex somatossensorial, camadas médias e superiores podem permanecer estáveis — ou até engrossar — ao longo do envelhecimento, desafiando a visão de declínio uniforme e destacando a plasticidade cerebral.

O que o estudo encontrou

Usando imagens cerebrais de altíssima resolução, os autores observaram que as camadas médias e superiores do córtex somatossensorial — responsável por processar o tato — são mais resistentes ao envelhecimento. Já as camadas mais profundas, que modulam estímulos e atenção, tendem a ser mais afetadas.

Impacto funcional

  • Habilidades preservadas: tarefas sensoriais e motoras finas (digitar, costurar) podem se manter em idosos.
  • Desafios atencionais: manter o foco em ambientes barulhentos tende a ficar mais difícil com a idade.
  • Mecanismos compensatórios: mesmo nas camadas mais profundas, há sinais de compensação (mais mielina, proliferação de certos neurônios).

Por que isso importa

Além de mudar como entendemos o envelhecimento cerebral, os achados sugerem que estimular o cérebro — com atividades sensoriais, motoras e cognitivas — pode modular o curso do envelhecimento e preservar funções por mais tempo.

Perguntas frequentes

Quais camadas corticais parecem resistir mais ao envelhecimento?
As camadas médias e superiores do córtex somatossensorial mostraram estabilidade ou aumento de espessura em adultos mais velhos.
Isso significa que o cérebro sempre melhora com a idade?
Não. Algumas regiões/camadas declinam, outras se mantém ou compensam. O quadro é heterogêneo e modulável por estímulos.
O que posso fazer para preservar funções?
Práticas sensoriais e motoras finas (música, artesanato, digitação) e treino cognitivo ajudam a estimular circuitos e podem favorecer a plasticidade.

Referências

  1. Nature Neuroscience — Laminar-specific aging patterns in human somatosensory cortex

Conteúdo elaborado por: Dr. Caio Robledo Quaio, MD, MBA, PhD — Médico Geneticista (CRM-SP 129.169 / RQE nº 39130).

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Dr. Caio
Robledo Quaio

CRM-SP: 129.169
RQE: 39130

Médico (90a turma) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Genética Médica pelo Hospital das Clínicas da USP e Doutorado em Ciências pela USP. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Acreditação Internacional pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates, dos EUA, Observrship em Doenças Metabólicas pelo Boston Children’s Hospital e Harvard Medical School e foi Visiting Academic da University of Otago, da Nova Zelândia. É autor e coautor de dezenas de estudos científicos em genética, genômica, doenças raras, câncer hereditário, entre outros temas da genética. Atualmente, é Médico Geneticista do Laboratório Clínico do HIAE e do Projeto Genomas Raros, ambos vinculados ao Hospital Israelita Albert Einstein, e Pesquisador Pós-Doutorando da Faculdade de Medicina da USP.

Dra. Helena
Strelow Thurow

CRBIO-01: 100852

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Realizou Pós Doutorado em Epidemiologia e Pós-Doutorado PNPD em Biotecnologia, ambos na Universidade Federal de Pelotas. Posteriormente, realizou Pós-Doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Foi Analista de Laboratório no setor de NGS do Hospital Israelita Albert Einstein e atualmente é Analista de Pesquisa na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem ampla experiência na área de Biologia Molecular e Biotecnologia.